domingo, 8 de junho de 2014

Mutantes

Sem ser preciso falar, enfiámo-nos no jipe, com Thor e Tony a voar, e depressa chegámos à marina. O submarino era enorme e cinzento, e ao ver aquela grande máquina a surgir à superfície, as pessoas começaram a correr desenfreadamente. Mas o verdadeiro problema não era o submarino. Era o que começava a sair dele. 
Mutantes. O exército de Magneto. Tinham maioritariamente formas humanas, mas com modificações: orelhas de gato aqui, uma cauda acolá, fatos berrantes, etc. O pior era a quantidade. Eram muitos, demasiados. Conseguiríamos vencê-los? Eu tinha as minhas dúvidas.
-Tony, Thor, vocês ficam com os que voam - comandou Steve enquanto saímos do carro. Ouviam-se as sirenes da polícia e pessoas corriam por todo o lado - Bruce, transforma-te e luta com os mais fortes. Eu, a Bridget, a Natasha e o Clint ficamos em terra.
-E eu? - perguntou Loki mais uma vez.
-Tenta não criar confusão - foi a resposta de Steve. Os olhos de Loki cruzaram-se com os meus como se ele estivesse à espera que eu intercedesse a favor dele, mas isso não aconteceu. Estava demasiado assustada com a perceção de que agora era hora de lutar e de que não podia falhar. Thor e Tony "levantaram voo" e começaram a combater os mutantes voadores que iam saindo do submarino. Os que saíam pela água eram travados pelo Hulk, que mergulhara dentro de água. Entretanto, eu, Steve, Clint e Natasha combatíamos os que corriam pelas docas. 
Um mutante que era um cruzamento entre homem e macaco foi o meu primeiro adversário. Arrebatei-o com uma onda eletromagnética. Veio um segundo, levando uma chicoteada. Criara um escudo à minha volta para os impedir de se aproximarem. Uma mulher-pássaro tentou penetrar no meu escudo, mas consegui resistir e mandá-la para longe. No entanto, os mutantes eram muitos. Vi que Loki criara vários clones de si próprio e que conseguia enganar os mutantes com a sua magia. Esperava que ele estivesse mesmo a tentar ajudar e não estivesse a tentar tramar alguma. Não ia conseguir aguentar mais traições da parte dele. Agora não era altura de falhar.
O martelo de Thor voava acima das nossas cabeças, esmagando mutantes aqui e ali. Os raios repulsores que saíam das mãos da armadura do Homem de Ferro rasavam as nossas cabeças. O escudo de Steve emitia um ruído metálico ao embater contra o submarino, decapitando vários mutantes pelo caminho. As balas de Natasha pareciam nunca acabar: aquela mulher tinha armas por todo o lado, o que aliado às suas espantosas aptidões marciais faziam com que nenhum mutante se conseguisse aproximar dela. Clint posicionara-se num edifício alto, lançando setas contra os mutantes. Hulk expressava a sua raiva, afogando e esmagando os mutantes em seu redor. Eu criava ondas, raios, choques e chicoteadas eletromagnéticas, bem como escudos, como por exemplo, quando um mutante tentou atingir Steve com um raio negro ou quando outro tentou aproximar-se de Natasha por trás. 
-Bridget! - gritou Steve. Olhei para ele - achas que consegues impulsionar-te no meu escudo e destruir aquele mutante?
Olhei para cima, para um mutante com garras de leopardo que ia em direção a Clint.
-Claro! - exclamei. Steve posicionou o escudo, eu corri e saltei para cima dele, impulsionando-me até conseguir atingir o mutante com um choque eletromagnético. 
-Steve, ricochete! - gritei e ele percebeu. Expandi um escudo à minha volta e Steve lançou o seu escudo contra o meu. Com um estrondo, este fez ricochete, arrebatando vários mutantes de uma só vez.
-Bom trabalho! - sorriu ele.
Derrubei mais alguns mutantes, mas depois vi-o. Magneto. O próprio. A sair do submarino. Hulk tentou apanhá-lo, mas ele esquivou-se. Era muito poderoso, todos sabíamos disso. Thor tentou lançar o seu martelo contra ele, mas Magneto criou um escudo que o arrebatou com facilidade. Magneto fixou os olhos em mim e percorreu o caminho todo, desde o submarino até mim, sem que um único objeto, poder ou mutante o conseguisse ferir. Era como se tivesse uma aura, um escudo, sempre presente, à sua volta. Como se ele não tivesse que se esforçar. Céus, para que eu conseguisse criar um escudo forte tinha de me concentrar até ao milésimo, e ali estava ele, aproximando-se, sem que aquilo lhe custasse alguma coisa! Com um único movimento de uma mão, as barreiras de proteção da marina foram arrebatadas contra os Vingadores, que se conseguiram desviar por pouco. Magneto conseguia mover objetos, também. Principalmente se fossem metais. 
-Tu... - disse ele, os olhos cinzentos fixos nos meus. Novamente, a sensação de já o ter visto antes assolou-me, tal como quando Fury me tinha mostrado a fotografia dele. Por qualquer razão, soube que Fury se enganara. Magneto não queria os Vingadores. O seu plano não era simplesmente aproveitar-se da vulnerabilidade da dos humanos, devido ao que Loki fizera. Fury estava errado. Eu não era o trunfo dele, ele não podia contar-me como sua vantagem. Eu não era a vantagem de Fury. Era a vantagem de Magneto. Ele sabia que eu existia, sabia sobre mim. Aquilo era sobre mim. Era eu que ele queria - não me reconheces?
-Bridget! - ouvi gritar, não conseguindo distinguir se tinha sido Steve ou Loki a chamar por mim. A pouco e pouco, senti a aura de Magneto a envolver-me também a mim, sem que eu pudesse resistir.
-N-não... - respondi.
-Tens a certeza? - insistiu Magneto - não achas que há uma ligação entre os nossos poderes? Entre nós?
-Não há - disse agora com mais convicção.
-Então porque herdaste os meus poderes? - perguntou ele.
-Não herdei! - disse eu, ficando mais desesperada a cada minuto que passava - não consigo mover objetos, por exemplo!
-Isso é porque ainda não atingiste pleno controlo e o máximo de potencial dos teus poderes - disse ele, a sua aura a condensar-se à minha volta, os seus olhos frios e cinzentos a nunca deixarem de me fitar - mas atingi-lo-ás se te juntares a mim... filha.

Sem comentários:

Enviar um comentário