quarta-feira, 30 de julho de 2014

Viajar

No dia seguinte não consegui ir ver Loki a partir com Thor para Asgard. Todos os Vingadores foram, mas eu não. Também já tinha dito adeus a Thor, que iria ficar em Asgard durante alguns tempos, e não me apetecia voltar a ver Loki. Na noite anterior tinha-me deixado ficar no jardim algum tempo até regressar a casa, atordoada. As revelações de que Loki se preocupava comigo mais do que aquilo que deixava transparecer, o facto de ele me amar, era mais do que eu podia lidar. Ele achava mesmo que era melhor para os dois seguir caminhos separados. Talvez fosse melhor a longo prazo, mas agora parecia assustador. O que me assustava mais era ter de admitir que Loki me fazia falta, ele, que já causara tanto mal a tanta gente. Mas fora algo que eu não conseguira evitar e pelos vistos nem ele. Ele tinha provado querer mudar quando nos ajudou a derrotar Magneto, mas isso não apagava todas as coisas más que ele fizera no passado, apesar de muitas delas terem sido por estar a ser controlado pelos Chitauri e pelo Tesseract. 
Estava no meu apartamento a mudar os canais de televisão freneticamente quando alguém tocou à campainha. Fui abrir. Era Natasha. 
-Oi, Bridget. Posso entrar? - perguntou ela.
-Claro - disse eu, abrindo mais a porta para ela poder entrar. Ela olhou em redor, observando o meu apartamento.
-É muito diferente dos apartamentos normais em Nova Iorque - comentou ela - eu gosto.
-Obrigada - agradeci, olhando para a decoração rústica do meu apartamento.


-Senta-te - disse eu - queres tomar alguma coisa?
-Não, obrigada - Natasha foi direta ao assunto - como é que estás?
-Bem. Muito bem - ela olhou-me com um olhar censurador - não... sei - acabei por dizer.
-Não foste vê-los partir - observou ela. 
-Acho que depois do que Loki me disse, não devia ir. Ele próprio deixou claro que era melhor se nunca mais nos voltássemos a ver.
Natasha franziu o sobrolho.
-Vocês falaram antes de ele ir e ele disse-te isso?
-Eu conto-te - e então contei tudo o que acontecera na conversa que tivera com Loki na noite anterior, até sobre o beijo.
-Ao menos admitiste finalmente os teus sentimentos por ele - disse ela no fim. 
-Não vais julgar-me? Por me ter apaixonado por alguém como ele?
Natasha sorriu.
-O Loki pode ter feito muita coisa errada, sim, mas esqueces-te que eu já fui uma espia treinada para matar. E eu não estava a ser possuída por nada nem por ninguém. Era o meu trabalho, mas eu podia tê-lo evitado. Claro que não me orgulho do meu passado, mas aprendi a viver com ele. E o Loki também precisa de aprender a viver com o dele.
-Então não ficas chateada por eu gostar dele?
-Como é que eu podia? O amor não se escolhe. Não é como se pudesses desligar o que sentes. E o Loki tem muita sorte por te ter tido a seu lado. Tal como ele disse, fizeste dele uma pessoa melhor. 
-Achas que é altura de seguir em frente?
-Acho que é a única opção que tens, Bridget. O Loki foi para Asgard, e de qualquer maneira é imortal. E tu tens o direito de viver a tua vida sem esperar por ninguém. Tens o direito de ter uma vida normal.
-Isso é impossível. Eu tenho poderes, sou filha de Magneto, e apaixonei-me por alguém que tentou destruir Nova Iorque inteira. Quem quereria ficar comigo?
Natasha olhou-me enigmaticamente.
-Sem ser o Loki, sei de outra pessoa.
Franzi o sobrolho. Como ela viu que não cheguei lá, suspirou e disse:
-Steve.
Esbugalhei os olhos.
-Não, nós somos apenas amigos. E não vou ficar com ele só para esquecer o Loki. Isso é errado.
-Não estou a dizer isso. Só a dizer-te que há mais que uma opção. 
-Sabes o que eu preciso? De me afastar desta confusão toda. De poderes, super-heróis, da S.H.I.E.L.D. Sei que ainda agora entrei para os Vingadores, mas preciso de uma pausa. Já tive a minha quantidade de anormalidades para uma vida. Já chega.
-E onde estás a planear ir?
-Sei lá! Viajar, ver o mundo. 
-Mas voltas?
-Claro. Tenho funções e deveres para com os Vingadores e a S.H.I.E.L.D. Só preciso de algum tempo para pensar e reordenar as ideias. Percebes?
-Eu compreendo. Acho que todos precisamos de férias, então tu, muito mais. Talvez numa dessas tuas viagens encontres alguém que te faça esquecer o Loki.
-Isso é impossível. Mas sim, talvez conheça alguém por quem me apaixone novamente - disse eu. não acreditando muito nisso. 
Levantei-me do sofá.
-Tenho de falar com o Fury primeiro, mas acho que ele percebe. Claro que não lhe vou contar sobre a parte do Loki. 
-Promete que vais mandando notícias - pediu Natasha.
-Ok - respondi, abraçando-a. Havia apenas uma questão agora. Alguma vez seria capaz de seguir em frente e deixar para trás aquilo que sentia por Loki?

*

No dia seguinte falei com Fury. Tinha preparado um discurso inteiro cheio de argumentos e razões válidas para me deixar viajar, mas ele surpreendeu-me quando disse que percebia e que não havia problema. Disse-me que a S.H.I.E.L.D ficaria de olho em mim caso houvesse necessidade de me chamar. Eu queria ir-me embora o quanto antes. Era agora Verão e fazia quase um ano desde que conhecera os Vingadores... e Loki. Acontecera tanta coisa durante esse período de tempo... coisas boas e coisas más, e outras que não conseguia definir. E por mais que quisesse pôr o facto de me ter apaixonado por Loki nas listas das coisas más, sabia que isso pertencia à lista das coisas boas.
Steve, Natasha, Clint, Bruce e Tony encontraram-se comigo no pátio do Triskelion uns dias depois de ter pedido a Fury para partir. Já tinha as malas feitas e tudo pronto para seguir viagem.
-Espero que voltes depressa - disse Steve, abraçando-me e o que Natasha me dissera sobre ele gostar de mim deixou-me embaraçada.
-Não te divirtas demasiado - sorriu Tony enquanto o abraçava.
-Adeus, Bridget - disse Clint - cuida de ti.
Abracei-o e depois seguiu-se Bruce.
-Desfruta das tuas férias - pediu Bruce com um sorriso amável.
-Adeus, miúda - disse-me Natasha por último - livra-te de te esqueceres de ir mandando notícias.
-Eu mando. E tiro fotos também - sorri. Olhei-os uma última vez, àqueles que eram a minha família agora, e depois entrei no táxi que me levaria ao aeroporto. Adeus, preocupações. Olá, férias!

terça-feira, 29 de julho de 2014

Despedida

Fiquei uma semana na enfermaria a recuperar. Todos me foram visitar, até Loki. Ele foi ver-me quando pensou que eu estava a dormir, mas eu ainda estava acordada. Ele não disse nada, limitou-se a sentar-se no banco ao pé da minha cama e a pegar-me na mão. Tive de me controlar e fingir que estava a dormir, mas a sensação que o toque da mão dele provocava em mim era difícil de ignorar. 
Depois de sair da enfermaria fui autorizada a regressar a minha casa para organizar umas coisas, mas depois tive de voltar à S.H.I.E.L.D para ir falar com Fury. 
Sabia que as grandes organizações, muitas delas secretas, e os governos estavam de olho em mim. Não me conheciam e de um momento para o outro eu revelara-me capaz de destruir um vilão tão poderoso como Magneto. Não sabiam se eu era uma aliada ou se poderia vir a ser uma ameaça.
-Entre, Bridget - ouvi a voz de Fury antes de eu bater na porta da sala de reuniões. Lá dentro estavam Fury, Maria Hill e os Vingadores. Sorriram-me quando me viram, já recuperada da esgotante batalha com Magneto. 
-Olá, Magnum - gozou Tony enquanto eu me sentava. Deitei-lhe um olhar de desprezo, mas era só a brincar. Não desgostava da alcunha.
-Deixemo-nos de gracinhas, Stark - pediu Fury - há coisas mais importantes a tratar. 
E o que aconteceu a seguir foi algo totalmente inesperado. Vi Fury a piscar o olho e depois todos (que reparei que estavam a vestir casacos), correram os fechos revelando camisolas azuis, cada uma com uma palavra. Em conjunto, formavam a frase "Gostarias de fazer parte dos Vingadores, Bridget?". Abri a boca de espanto. Não esperava que me convidassem, muito menos daquela forma.
-Como é que raio convenceram o Fury a fazer isso? - perguntei eu em vez de dizer logo que sim.
-Eu consigo ser bastante persuasivo - riu Tony.
-Então, o que dizes?  - perguntou Steve.
-Claro que sim! - respondi - mas acham que estou à altura?
-Não, Bridget, alguém que conseguiu derrotar Magneto não está à nossa altura - riu Thor - claro que estás!
-Bem-vinda! - exclamaram os outros.
Eu não conseguia acreditar. Era uma Vingadora, agora! Fazia parte da equipa de super-heróis mais poderosa da Terra! 

*

Era estranho andar agora pelas ruas de Nova Iorque. As pessoas reconheciam-me, iam pedir-me autógrafos ou fotos, como se eu fosse uma celebridade. Eu não gostava dessa atenção toda, sendo mais parecida com Steve do que com Tony nesse (e muitos outros) aspetos. 
Em relação a Loki, eu não falara muito com ele desde que saíra da enfermaria. Acho que ele estava a ser interrogado pela S.H.I.E.L.D a maior parte do tempo. Eu queria ir falar com ele, mas não conseguia. Ou então tinha medo. As palavras de Natasha ecoavam na minha mente. Eu não o amava. Eu não podia… mas o amor também não pedia permissão. Acontecia. E quando nos apercebíamos de que caíramos na sua teia, era tarde demais. Seria isso que estava a acontecer comigo? 
Na véspera de Loki e Thor partirem para Asgard de forma a que Loki cumprisse a sua sentença, tomei coragem e fui falar com ele. Ele estava instalado no porta-aviões da S.H.I.E.L.D, que ainda estava aterrado, e eu, como não tinha mais missões, ia dormir a minha casa todos os dias. Mas nesse dia deixei-me ficar mais tarde no Triskelion e vi-o a passear pelos jardins lá perto. Estava uma noite estrelada e pacífica.
-Olá, Loki – disse eu.
-Bridget – cumprimentou ele. Ficámos em silêncio durante mais algum tempo, sem saber o que dizer, apenas a caminhar com a brisa fresca a bater-nos na cara, até que ele quebrou o gelo.
-Pedi ao Thor para não te convidar para ires para Asgard. Seria egoísta da minha parte se fosses, quando tens a tua vida toda aqui.
-Bem, também nada te diria que eu aceitasse – afirmei, friamente.
-Também tens razão. Acho que isso é apenas mais uma das coisas arrogantes e egoístas que fiz. Tu nunca virias para Asgard comigo.
Engoli em seco, o coração a bater depressa.
-Por isso é que tenho de fazer isto contigo, Bridget – continuou Loki – não posso ser egoísta contigo. E talvez tudo o que eu vá dizer a seguir vá ser também egoísta, mas se estiver certo, e tu te importares comigo… então, eu tenho de te deixar ir. Não posso deixar que fiques há minha espera, tens de viver a vida. Não quero que me visites em Asgard. Talvez seja tolice minha pensar que o farias. Não sabes o quanto agradeço tudo o que fizeste por mim, mesmo que eu não tenha merecido nada disso. Não mereço a tua amizade, Bridget. E é por isso que temos de seguir caminhos separados.
-É isso mesmo que queres? – foi tudo o que consegui dizer. Loki fitou os meus olhos.
-Tem de ser assim, Bridget. Não percebes? Nunca poderemos estar juntos. Tu mereces alguém muito melhor que eu. Talvez te estejas a rir por eu pensar que sentes o mesmo que eu, mas… eu quero acreditar que sim. E se tu sentires o mesmo que eu então sabes que não podemos estar juntos e que tu mereces toda a felicidade do mundo e que nunca serei eu a poder dar-ta. Precisas de me deixar ir.
-Dir-me-ias tudo isso se eu não tivesse vindo aqui hoje? – perguntei. Ele não respondeu. Eu suspirei. Acho que foi nesse momento que tomei total consciência do que sentia por Loki. Todas as indiretas, tudo aquilo que me tinham dito sobre gostarmos um do outro, tudo o que e Loki tínhamos vivido, fez sentido nesse momento.
-Tens razão numa coisa. Não estás a ser egoísta ou arrogante em pensares que eu sinto o mesmo por mim, Loki, porque a verdade é que o sinto! Se o que sentes é amor… então também eu sinto isso. E eu não queria que tivesse acontecido, mas aconteceu. Mas não concordo contigo quando dizes que o melhor é deixares-me ir. Só te interessa o que é melhor para ti? Não te importas com o que eu penso?
-O que é melhor para mim é o que é melhor para ti, Bridget. Nós não pertencemos juntos.
-Tudo bem! Como queiras. Tu vais para Asgard e eu continuo com a minha vida. Eu faço isso. Mas não me peças para te esquecer. Posso deixar-te ir, mas nunca ignorar o que se passou.
-Não te pedi isso. Eu também nunca esquecerei o que fizeste por mim, mesmo quando não tinhas que o fazer. De qualquer maneira, se eu não tivesse cometido todos os crimes horríveis que cometi, continuaria a ser imortal. E tu não.   
-Achas que vou conseguir ultrapassar-te? – perguntei, insegura.
-És mais corajosa do que pensas. Bridget, eu quero que sigas em frente e que fiques com alguém que te mereça, alguém que te faça sempre feliz.
-E nunca te passou pela cabeça que essa pessoa pudesses ser tu? – questionei em voz débil.
-Eu gostaria que sim. Mas ambos sabemos que isso não é possível. Não da forma como sou.
-Farei o que dizes. Adeus, Loki.
Virei-me, mas ele segurou-me gentilmente no pulso.
-Desculpa se isto vai soar a mais egoísmo da minha parte, mas tenho de ser eu a partir primeiro.
-Porquê? – interroguei, os olhos dele fixados nos meus.
-Porque não suporto ver-te afastares-te de mim.
E depois ele aproximou a sua cara da minha, os nossos olhos a fitarem-se mutuamente. Senti os lábios dele tocarem os meus ao de leve, enviando arrepios quentes por todo o meu corpo, enquanto o meu coração me batia forte no peito.
-Obrigada por tudo, Bridget Robinson. Fizeste de mim uma pessoa melhor.
Com isto, passou por mim e foi-se embora, deixando-me especada, sozinha na noite, uma lágrima a correr-me pela cara quando percebi que aquele momento fora o último. 

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Magnum

Olhei para Loki.
-Bom, vais ser um cavalheiro e virar-te enquanto eu me visto?
-Porque é que não usas apenas a casa-de-banho? - contrapôs ele. Bufei, mas acedi. Não era altura para discussões. Mudei-me rapidamente e assim que voltei para junto de Loki ouviu-se um estrondo e o barulho da casa a ruir. Pela janela vi vários mutantes a correr para a praia e foi com alegria que vi Tony e Bruce a usarem com sucesso a arma que tinham construído. Os mutantes caíram na areia, imobilizados. Sem esperar, saí do quarto, com Loki a seguir-me, observando mais mutantes a caírem pelos corredores da mansão. As traseiras da casa tinham começado a ruir.
-Que é que ela ainda aqui está a fazer? - ouvi a voz de Steve gritar - já a devias ter levado, Loki! Sabia que não devia ter confiado em ti!
Depois senti Loki pegar em mim bruscamente e a lançar-se em direção à praia, enquanto a grande mansão explodia numa imensidão de calor e chamas. 
-Steve! - gritei, quando aterrei na areia, com Loki por debaixo de mim a amortecer o impacto. 
-Não esperava esta emboscada de ti, Bridget - Magneto saiu das chamas, e logo foi rodeado por Thor, Clint e Natasha. Bruce e Tony ainda estavam de volta da arma e não havia sinais de Steve - agora por causa de ti, toda a gente vai morrer.
-Talvez, mas tu também! - gritou Thor, rodando o seu martelo e gritando na sua voz ribombante - Bruce, Tony, agora!
Os dois parceiros de laboratório apontaram a arma para Magneto, e embora esta resultasse completamente nos mutantes só afetava Magneto um bocadinho. Thor lançou o seu martelo contra o escudo que Magneto projetara à sua volta, bem como Clint, que lançara várias setas explosivas e Natasha, que lançara balas feitas do mesmo material da arma. Depois veio o escudo de Steve, e ele saiu das chamas com vários arranhões. Loki também fez a sua parte, confundindo a mente de Magneto com várias ilusões. Mas mesmo com a força de todos eles, Magneto conseguia resistir. Ainda faltava algo. O sabor do seu próprio veneno. O poder dele. O meu poder.
-Pensaste realmente que me ia juntar a ti, Magneto? Foi a tua arrogância que permitiu isto, que só por ser tua filha ia deixar as minhas virtudes de lado num abrir e fechar de olhos! E achas mesmo que aquele poder que eu te mostrei era o meu poder máximo? Pois estavas enganado! - e com uma adrenalina que nunca na minha vida sentira e que me percorria velozmente as veias, fazendo o meu corpo ser percorrido por violentos puxões, o meu máximo potencial dirigiu-se como luz em direção ao escudo de Magneto. No momento em que os dois poderes se tocaram, houve uma faísca de poder, ambos lutando um contra o outro. Reforcei o meu poder, canalizando toda a minha fúria e toda a minha vontade de vencer. Por fim, o escudo dele cedeu, permitindo ao martelo de Thor, às flechas de Clint, às balas de Natasha e ao escudo de Steve de se lançaram sobre Magneto. Ele não conseguia resistir, imobilizado pela arma de Tony e Bruce e pelas ilusões de Loki. 
E então houve uma explosão que nos arrebatou a todos, lançando-nos em várias direções pela praia. Aterrei à beira-mar, esgotada. Percebi que o fizéramos. Que tínhamos derrotado Magneto. 
Um por um, os outros levantaram-se da areia. Eu era a que estava mais esgotada. 
Depois comecei a sentir-me a cair.
-Bridget! - gritou alguém.
E tudo ficou preto.

*

As pálpebras pesavam-me e dificultavam-me a simples tarefa de abrir os olhos. Tudo o que conseguia ver era uma luz branca e forte, que me provocava dores de cabeça sem fim. Por fim, lá os abri. Não reconheci imediatamente onde estava, mas alguém que entrou pela porta fez-me parar de tentar saber onde me encontrava.
-Bridget! Acordaste! - Steve sorriu e sentou-se numa cadeira ao pé de mim. Eu estava numa cama que parecia ser de hospital.
-Steve. Estás bem? Os outros estão bem? O que aconteceu? Onde estou?
Ele fez-me uma festa no cabelo.
-Calma, Bridget. Estão todos bem. Estiveste em coma por uma semana. Tememos o pior. Todo aquele poder que utilizaste para acabar com Magneto esgotou-te imenso. 
-Onde estamos?
-Na enfermaria do quartel-general da S.H.I.E.L.D, o Triskelion, em Nova Iorque - respondeu Steve. 
-Como é que está o mundo? - eu falava muito devagar, tentando evitar a dor que me assolava.
-Estranho. Por um lado, exultantes por termos vencido outra vez, por outro lado, divididos com... o facto de Loki nos ter ajudado. 
-Onde é que ele...
-Steve Rogers, não devia estar a desgastar tanto a Bridget - disse uma enfermeira entrando na sala - tenho que lhe pedir para sair, por favor. A Bridget precisa de descansar.
-Não... eu estou bem...
Mas depois a dor foi mais forte e voltei a adormecer. 


*

Acordei novamente no dia seguinte, desta vez na companhia de Natasha. Ela explicou-me que a S.H.I.E.L.D. tinha tratado dos mutantes e que tinha sido emitido um comunicado oficial pelo presidente dos EUA a explicar como não havia nenhumas razões para as pessoas se preocuparem.
-Sabes qual foi o nome de super-heroína que a comunicação social escolheu dar-te? - perguntou Nat com um sorriso. Fiz que não com a cabeça - Magnum.
-Como a marca de gelados? Ou a pistola? - questionei, admirada.
-Sim, mas acho que escolheram o nome por causa do magnetismo.
-E por causa de Magneto - suspirei. Depois veio-me à mente algo que nada tinha a ver com o que estávamos a falar - onde está o Loki?
-Acho que ele te veio ver, mas estavas a dormir.
-Bom, isso é assustador - gracejei eu. Depois fiquei séria - ele vai voltar para Asgard, não vai?
Natasha acenou afirmativamente com a cabeça.
-Não sei quanto tempo é que ele vai lá ficar a cumprir pena. O Thor disse que vai ser pouco tempo, por causa de Loki ter sido possuído e nos ter ajudado agora.
-Define "pouco tempo".
Natasha olhou-me com um misto de compaixão e tristeza.
-Alguns anos.
Engoli em seco. Já devia estar preparada para aquilo, mas mesmo assim doeu.
-Vais para Asgard se o Thor te convidar?
Desviei o olhar.
-Porque haveria? Eu e o Loki, nós não...
-Podes fingir com toda a gente, mas não comigo, Bridget. Por duas razões. Um, já fui uma espia altamente treinada e sei quando as pessoas me mentem e dois, és minha amiga e eu não sou tola.
-Não sei o que é que sinto por ele. Mas ele afeta-me, de uma maneira ou doutra. Não o percebo. É sempre muito imprevisível e acho que é isso que me intriga.
-Eu sei o que sentes por ele. E no fundo tu também - Natasha fitou-me - imprevisível é o amor.

Potencial

Ponto de vista de Natasha

-Ok, o Tony conseguiu a localização da Bridget, é numa ilha aparentemente deserta no Índico – declarou Bruce. Estávamos reunidos quatro dias depois da batalha na marina, no quartel-general da S.H.I.E.L.D.
-Porque é que não a conseguiu antes? – resmungou Steve.
-A Bridget esteve sempre em movimento, provavelmente no submarino, mas agora parece ter parado – informou Tony entrando na sala. Para além dos Vingadores, Fury, Maria Hill e Loki encontravam-se na sala. Apesar dos protestos de Steve e Fury, Thor insistira para que Loki fizesse parte do plano. 
-O Magneto deve saber de certeza que queremos ir atrás dele para resgatar a Bridget, mas não me parece que desconfie que sabemos a sua localização - alegou Clint - por isso podemos contar com o efeito surpresa.
-Não vai ser fácil e já falharam uma vez. Têm ser rápidos, preciso e metódicos - disse Fury.
-De que nos vai valer trazer a Bridget se o Magneto a pode vir buscar outra vez? - comentou Loki - ela própria disse que não queria passar o resto da vida a fugir. Esta missão não vale de nada se não acabarmos com o Magneto. 
-O Loki tem razão - apoiou Thor.
-O problema são os mutantes - fez Steve ver - estivemos demasiado ocupados com ele para nos preocuparmos com Magneto. São muitos e fortes. 
-Eu acho que posso ter a solução para isso. Recolhi algumas amostras do poder de Bridget quando fizemos a preparação para a batalha. Acho que consigo ter a ajuda da Ciência para criar uma arma que possa neutralizar os mutantes durante tempo suficiente para resgatar a Bridget e acabar com Magneto - disse Bruce. 
-E quanto tempo vai demorar essa arma a fazer? - perguntou Loki. 
-Está quase pronta - afirmou Tony - eu e o Bruce tínhamos começado a fazê-la em caso de plano de reserva. Um dia ou dois e está pronta. 
Entreolhámo-nos todos. Daquela vez não podíamos falhar. 

*

Ponto de vista de Bridget

Os dias seguintes foram muito cansativos. Magneto exigiu o meu máximo, ensinando-me todo o tipo de coisas. Comecei a conseguir mexer objetos com a mente, o que exigia um grande esforço da minha parte. Também aumentei a potência dos meus escudos, ondas e choques eletromagnéticos. Mas eu sabia que ainda não tinha atingido o meu potencial máximo. E então uma ideia começou a formular-se-me na cabeça. Se eu levasse Magneto a pensar que já tinha atingido o meu máximo potencial ele ficaria a pensar que sabia com que estava a contar em relação aos meus poderes. Mas se ele não soubesse que eu tinha poderes para muito mais, talvez houvesse a hipótese de eu o conseguir derrotar, ou pelo menos escapar dali. 
Para levar o meu plano avante comecei a mostrar a Magneto que queria mesmo alcançar o máximo dos meus poderes e a fingir esforçar-me ao máximo, o que pareceu agradar a Magneto. Ele pensava mesmo que eu estava finalmente a entregar-me ao mundo dele e a querer ser a melhor. Todo o treino e cansaço faziam-me pensar menos nos Vingadores, e a esperança de eles poderem vir ajudar-me também diminuía. 
Havia uma semana que tínhamos chegado à praia, que eu fiquei a saber que era uma ilha, quando numa noite em que eu não conseguia adormecer ouvi um ténue barulho vindo do corredor. Levantei-me e com o coração nas mãos abri a porta. Ia para gritar quando vi quem era mas ele tapou-me a boca com a mão e entrou no quarto, fechando a porta atrás de si.
-Estás bem? - perguntou ele, vários arrepios a percorrer-me a espinha ao ouvir a sua voz novamente e ao estar ali de costas encostadas ao seu peito. Fiz um barulho abafado pois ele ainda estava a tapar-me a boca. Depois largou-a. 
-Sim - respondi num sussurro libertando-me dos seus braços e fitando-o de frente - que estás aqui a fazer, Loki?
O seu sorriso sarcástico apareceu-lhe na cara.
-Vim salvar a princesa.
Revirei os olhos.
-Não há tempo para sarcasmos. 
-Tenho de concordar comigo. Temos um plano. Heimdall conseguiu transportar-me para aqui sem que ninguém me visse, e vai fazer o mesmo com os outros. Vamos acabar com o Magneto, mas preciso de te levar para um sítio seguro primeiro.
-Não. Quero ficar aqui e lutar. E porque é que vieste tu?
Ele pareceu ficar ofendido.
-Sou o que consegue proteger-te melhor, e os outros sabem isso. Agora vamos.
-Já te disse que não vou. Eu também tenho um plano. O Magneto tem andado a treinar-me - para exemplificar, apontei a mão esquerda para uma mesa e elevei-a vários centímetros no ar - fi-lo pensar que já atingi o meu máximo potencial, mas não lhe mostrei todo o meu poder. Por isso ele não conta com isso. Eu posso ajudar a derrotá-lo. Eu quero. 
Loki franziu o sobrolho.
-Tens a certeza? Ele é teu pai.
Cruzei os braços sob o peito.
-Tu podes falar muito. 
Loki desviou os olhos. Parecia que cada palavra que eu dizia o magoava mais. 
-Esse não é o plano, Bridget. Os outros vão ficar danados comigo se virem que eu te deixei ficar.
-Não me importo. De qualquer forma como é que vocês iam lidar com o Magneto e o exército de mutantes ao mesmo tempo?
-O Banner e o Stark estão encarregues dessa parte. Têm uma arma que consegue neutralizá-los. Eles estão quase a chegar. 
Então eu perguntei a coisa mais inapropriada que podia ter perguntado naquele momento.
-Depois disto tudo... vais voltar para Asgard?
Loki sorriu levemente, não um sorriso de troça, apenas um pequeno sorriso. 
-Eu tenho de voltar. Ainda tenho vários anos para passar como prisioneiro. E lembra-te que se falharmos em Midgard Odin vai punir-me não só a mim mas também a Thor, tal como ele disse no dia do julgamento em que tu e ele me foram buscar. 
-Como é que está Nova Iorque a reagir a uma segunda batalha?
-Mais ou menos. Apesar de tudo, sabem que os Vingadores os salvaram outra vez, mas também sabem que desta vez o vilão não tencionava atingir as pessoas. E também não se conformam com o facto do vilão anterior ter estado a ajudar os Vingadores agora. 
-Estás mesmo a tentar redimir-te, Loki? 
Os seus olhos verde-azulados fixaram-se nos meus. 
-Não vou cometer o mesmo erro duas vezes, Bridget. Tu sabes disso. Agora, se vais mesmo ficar para a batalha, por mais que eu goste de te ver de pijama, veste qualquer coisa mais cómoda. Isto vai começar.

Viagem

O tempo pareceu passar muito devagar. Com um simples gesto, Magneto mandou os mutantes vivos recuarem de volta ao submarino. Não tinha hipóteses de me despedir de ninguém, mas a sensação de que falhara não me dava mais forças para lutar, nem réstias de esperança a que me agarrar. Ouvia Loki a gritar por mim e atentar chegar até mim, bem como os outros Vingadores. Esperava que entendessem que estava a fazer aquilo por eles e que pudessem perdoar-me: tinham contado comigo e eu tinha falhado, tinha aceite ir com Magneto sem lutar. Mas sabia que assim que começasse a lutar com Magneto ele mataria todos... os Vingadores... e Loki. 
Seguida por Magneto entrei no submarino, sob o olhar atento dos outros mutantes. O submarino era frio e sem vida. Este submergiu debaixo de água e afastámo-nos lentamente da marina, rumo ao mar alto. 
-Este é o teu quarto - disse Magneto mostrando-me um enorme e luxuoso quarto dentro do submarino - não demoraremos mais de uns dias a chegar ao nosso destino. 
-Podes deixar-me sozinha, agora? - pedi.
-Claro - Magneto assentiu e fechou a porta do quarto, indo-se embora. Eu escorreguei pela porta abaixo, puxando os joelhos para o peito e enterrando a cabeça, chorando compulsivamente. Que é que eu estava a fazer?

*

Ponto de vista de Steve

Assistimos, impotentes, ao submarino a mergulhar debaixo de água, levando a Bridget com ele. Que se passara? Como é que ela fora com eles? Como é que tínhamos falhado? Olhei para os outros à minha volta, todos com expressões desoladas e derrotadas no rosto. 
-Temos de a recuperar, custe o que custar - disse eu com firmeza - porque é que ela foi com eles, de qualquer maneira?
-A Bridget é filha do Magneto - confessou Loki e olhámos todos espantados para ele - ele chantageou-a. Disse-lhe que mataria toda a gente se ela não fosse com ele. 
-Mas podíamos tê-lo derrotado! - argumentou Steve - e se tu sabias disso, porque é que não a tentaste impedir?
-Porque ela nunca nos... vos deixaria morrer! - exclamou Loki.
-Porque é que não param os dois de discutir e tentamos arranjar uma solução? - pediu Natasha. 
-Sim, mas antes temos de ir falar com o Fury e tratar da cidade - fez Clint ver.
-Ainda há esperança - afirmou Loki - pus um detetor a Bridget quando a abracei. Podemos rastreá-la e encontrá-la.
-É o que vamos fazer - disse Thor com convicção.

*

Ponto de vista de Bridget

Não saí do meu quarto a viagem toda de submarino. Havia uma casa de banho inserida no quarto e um mini bar. Alguns mutantes, a cargo de Magneto, iam ver como eu estava de vez em quando. Mas sempre que me encontrava sozinha no quarto, as lágrimas rolavam-me pela cara sem que eu pudesse evitar. Sabia que não devia estar a chorar, devia ser forte e tentar arranjar um plano. Mas talvez não houvesse a possibilidade de elaborar um. Era impossível sair do submarino com Magneto e os mutantes todos a vigiar-me. Também me perguntava se os Vingadores e a S.H.I.E.L.D estariam a fazer alguma coisa para me ajudar ou se não se importavam que eu tivesse vindo. Preferia afastar essa ideia da cabeça, sabia que eles se importavam comigo. Mas ali, sozinha, sentia-me insegura e frágil. No entanto, a pessoa que me ocupava mais a cabeça em todas aquelas horas de solidão era Loki. As suas emoções teriam sido verdadeiras quando me pedira para fugir? Como se teria sentido quando parti? Não sabia porque estava a pensar naquilo, supostamente, eu não me importava! Mas não conseguia deixar de me importar… o que sentia ele?
Perdi a noção do tempo à medida que prosseguimos viagem, mas no que me pareceu ser o quarto dia de viagem, alguém bateu à porta. Como não respondi, Magneto abriu a porta.
-Já chegámos.
Segui Magneto até à entrada do submarino. Chegáramos a uma costa de uma praia onde se erguia uma grande mansão, que eu calculei como sendo a base de operações de Magneto. Não se via mais ninguém por perto, apenas floresta.
-Já me vais dizer o que queres de mim em concreto ou não? – questionei eu, fitando Magneto.
-Quero ensinar-te. Agora que estás aqui comigo e que não podes voltar para o teu grupinho de super-heróis… e vilões – disse Magneto com um sorriso de troça e eu baixei os olhos quando percebi que ele se referia a Loki – vou ajudar-te a alcançares o teu máximo potencial, para que me ajudes a conquistar o mundo nas nossas próximas batalhas.
-O que te leva a crer que o farei? E como sabes que não vou virar os meus poderes contra ti?
-Mesmo que o faças, eu tenho mais experiência e um exército de mutantes às minhas ordens.
-Mas porque me queres a mim? Podias ter qualquer um. Criar qualquer mutante.
-Tu és do meu sangue e és a minha única filha que partilha o poder do magnetismo comigo, o que faz de ti a mais poderosa. Não estás consciente das tuas verdadeiras capacidades, e é isso que pretendo ensinar-te.
-Não me vais contar sobre os meus outros irmãos? Ou serão meios-irmãos?
-Não precisas de saber deles – referiu Magneto – um mutante levar-te-á até ao teu quarto. O treino começa amanhã. 

Decisão

Filha? O quê? O que é que Magneto tinha acabado de dizer? Eu não podia ser filha dele! Ele não era meu pai! Os meus verdadeiros pais tinham morrido num acidente de comboio quando eu tinha apenas dois anos, ou pelo menos assim me contara a minha avó, e eu nunca tivera motivos para duvidar. Até agora. Mas não podia ser, pois não?
-Tu és minha filha, Bridget - continuou Magneto e era como se todos os outros sons, os ruídos da luta, se tivessem desvanecido. Agora, ali, só existiam eu, Magneto e a aura que nos envolvia a ambos. 
-Não sou sua filha! - gritei - o que quer de mim? 
-Quero que te juntes a mim, filha. Ao meu exército. Podemos dominar o mundo juntos.
-Cale-se! - berrei, perdendo o controlo - nunca me juntarei a si! E o senhor não é meu pai!
-Quer queiras quer não, Bridget, sou teu pai. E foi por seres o meu tesouro, a minha filha preferida, que te preferi esconder do terror da minha vida, preferi proteger-te das atrocidades dos mutantes e entregar-te a uma vida normal, ao cuidado daquela a que chamas avó - alegou Magneto.
-Não... - murmurei, as lágrimas a escorrerem-me incontrolavelmente pela cara - isso não é verdade! Ela é realmente a minha avó e... e o senhor não passa de um cretino!
-Deixe-a em paz! - gritou uma voz. Arregalei os olhos de espanto. Loki criara vários clones à volta da aura de Magneto, tentando a todo o custo quebrá-la. Senti o meu coração a bater mais depressa? Que estava ele a fazer? E seria Magneto mais poderoso ainda do que um Deus?
-Se não vieres comigo - disse Magneto agora numa voz mais dura e cortante - mato-os a todos.
E com um simples gesto da mão arrebatou os clones de Loki. Engoli em seco. Podia ver na imensidade dos seus poderes e na expressão da sua cara que estava a falar a sério.
-Porquê agora? - perguntei.
-Só agora te consegui descobrir. Vi-te nas notícias a falarem como tinhas ajudado Loki no julgamento em Asgard. A S.H.I.E.L.D tem ajudado a manter-te escondida, mas agora encontrei-te. E não pretendo deixar-te ir outra vez.
-Está enganado - afirmei, vendo a luta a desenrolar-se à minha volta sem que eu conseguisse sair daquela auréola que me rodeava a mim e a Magneto. Steve estava no chão a tentar levantar-se, Natasha tinha arranhões por toda a cara e o cabelo sujo, a armadura de Tony estava toda amolgada, Clint tinha as roupas esfarrapadas e Thor a armadura suja. Hulk era o que se mantinha mais intacto, mas não conseguia lidar com tantos mutantes. E Loki... onde estava ele? - não sou tão poderosa como pensa. Não lhe sirvo para nada. Agora deixe-me voltar para a luta.
Em vez de responder, Magneto fez-me uma pergunta:
-Estás a procura de Loki? A minha filha arranjou um namorado?
-Cale-se! Onde é que ele está?
-Já te disse, vem comigo, e não lhes farei mal.
-Deixe-se de histórias, isso nunca é assim. E já os magoou.
Magneto apontou com o braço para a esquerda.
-O Loki está ali - olhei para onde Magneto apontava e vi Loki estendido no chão, quieto, de olhos fechados - ele vai morrer...
E de repente foi como se voltasse ao mundo, como se a auréola tivesse desaparecido. Consegui ouvir os barulhos da luta e apercebi-me que tinha poder suficiente para enfrentar Magneto. Não o queria admitir, mas fora Loki que me dera forças. Concentrei-me e expeli uma onda magnética de dentro de mim mais poderosa do que qualquer outra, que empurrou Magneto a uma velocidade alucinante, bem como todos os mutantes que estavam em redor. Corri em direção a Loki, o resto do mundo não importava.
-Loki! - gritei - acorda!
Surpreendi-me quando senti o sabor salgado de lágrimas a roçarem-me os lábios.
-Não te atrevas a deixar-me! - gritei, segurando-lhe a mão direita com as minhas duas mãos. Depois, as esperanças a desvanecerem-se, preguei-lhe uma estalada.
-Outch, para que é que foi isso? - resmungou ele, abrindo lentamente os olhos azuis-esverdeados.
-Estás vivo - suspirei de alívio. Loki puxou-me para si e abraçou-me.
-Tens de ir embora, Bridget. Magneto não vai parar até ires com ele. E não podes ir com ele.
-Mas ele vai destruir a cidade inteira, magoar todos os que amo!
-Não interessa! A única coisa que importa é fiques a salvo!
-Não posso, não percebes? Não vou passar a minha vida a fugir, muito menos quando tenho outra opção.
-Bridget... ele vem aí.
Olhei para trás e Magneto vinha acompanhado de vários mutantes em redor dele.
-Não vou perguntar-te duas vezes, Bridget. Vens comigo ou vais deixar os teus amigos morrerem?
-Se eu for contigo... prometes que os deixas em paz?
-Tens a minha palavra - acedeu Magneto.
-Bridget, não... - disse Loki. Sem olhar para Loki e fitando Magneto respondi:
-Então vou.