O tempo pareceu passar muito devagar. Com um simples gesto, Magneto mandou os mutantes vivos recuarem de volta ao submarino. Não tinha hipóteses de me despedir de ninguém, mas a sensação de que falhara não me dava mais forças para lutar, nem réstias de esperança a que me agarrar. Ouvia Loki a gritar por mim e atentar chegar até mim, bem como os outros Vingadores. Esperava que entendessem que estava a fazer aquilo por eles e que pudessem perdoar-me: tinham contado comigo e eu tinha falhado, tinha aceite ir com Magneto sem lutar. Mas sabia que assim que começasse a lutar com Magneto ele mataria todos... os Vingadores... e Loki.
Seguida por Magneto entrei no submarino, sob o olhar atento dos outros mutantes. O submarino era frio e sem vida. Este submergiu debaixo de água e afastámo-nos lentamente da marina, rumo ao mar alto.
-Este é o teu quarto - disse Magneto mostrando-me um enorme e luxuoso quarto dentro do submarino - não demoraremos mais de uns dias a chegar ao nosso destino.
-Podes deixar-me sozinha, agora? - pedi.
-Claro - Magneto assentiu e fechou a porta do quarto, indo-se embora. Eu escorreguei pela porta abaixo, puxando os joelhos para o peito e enterrando a cabeça, chorando compulsivamente. Que é que eu estava a fazer?
*
Ponto de vista de Steve
Assistimos, impotentes, ao submarino a mergulhar debaixo de água, levando a Bridget com ele. Que se passara? Como é que ela fora com eles? Como é que tínhamos falhado? Olhei para os outros à minha volta, todos com expressões desoladas e derrotadas no rosto.
-Temos de a recuperar, custe o que custar - disse eu com firmeza - porque é que ela foi com eles, de qualquer maneira?
-A Bridget é filha do Magneto - confessou Loki e olhámos todos espantados para ele - ele chantageou-a. Disse-lhe que mataria toda a gente se ela não fosse com ele.
-Mas podíamos tê-lo derrotado! - argumentou Steve - e se tu sabias disso, porque é que não a tentaste impedir?
-Porque ela nunca nos... vos deixaria morrer! - exclamou Loki.
-Porque é que não param os dois de discutir e tentamos arranjar uma solução? - pediu Natasha.
-Sim, mas antes temos de ir falar com o Fury e tratar da cidade - fez Clint ver.
-Ainda há esperança - afirmou Loki - pus um detetor a Bridget quando a abracei. Podemos rastreá-la e encontrá-la.
-É o que vamos fazer - disse Thor com convicção.
-Ainda há esperança - afirmou Loki - pus um detetor a Bridget quando a abracei. Podemos rastreá-la e encontrá-la.
-É o que vamos fazer - disse Thor com convicção.
*
Ponto de vista de
Bridget
Não saí do meu
quarto a viagem toda de submarino. Havia uma casa de banho inserida no quarto e
um mini bar. Alguns mutantes, a cargo de Magneto, iam ver como eu estava de vez
em quando. Mas sempre que me encontrava sozinha no quarto, as lágrimas
rolavam-me pela cara sem que eu pudesse evitar. Sabia que não devia estar a
chorar, devia ser forte e tentar arranjar um plano. Mas talvez não houvesse a
possibilidade de elaborar um. Era impossível sair do submarino com Magneto e os
mutantes todos a vigiar-me. Também me perguntava se os Vingadores e a
S.H.I.E.L.D estariam a fazer alguma coisa para me ajudar ou se não se
importavam que eu tivesse vindo. Preferia afastar essa ideia da cabeça, sabia
que eles se importavam comigo. Mas ali, sozinha, sentia-me insegura e frágil.
No entanto, a pessoa que me ocupava mais a cabeça em todas aquelas horas de
solidão era Loki. As suas emoções teriam sido verdadeiras quando me pedira para
fugir? Como se teria sentido quando parti? Não sabia porque estava a pensar
naquilo, supostamente, eu não me importava! Mas não conseguia deixar de me
importar… o que sentia ele?
Perdi a noção do tempo
à medida que prosseguimos viagem, mas no que me pareceu ser o quarto dia de
viagem, alguém bateu à porta. Como não respondi, Magneto abriu a porta.
-Já chegámos.
Segui Magneto até à entrada do submarino. Chegáramos a uma costa de uma praia onde se erguia uma grande mansão, que eu calculei como sendo a base de operações de Magneto. Não se via mais ninguém por perto, apenas floresta.
-Já chegámos.
Segui Magneto até à entrada do submarino. Chegáramos a uma costa de uma praia onde se erguia uma grande mansão, que eu calculei como sendo a base de operações de Magneto. Não se via mais ninguém por perto, apenas floresta.
-Já me vais dizer o
que queres de mim em concreto ou não? – questionei eu, fitando Magneto.
-Quero ensinar-te.
Agora que estás aqui comigo e que não podes voltar para o teu grupinho de
super-heróis… e vilões – disse Magneto com um sorriso de troça e eu baixei os
olhos quando percebi que ele se referia a Loki – vou ajudar-te a alcançares o
teu máximo potencial, para que me ajudes a conquistar o mundo nas nossas
próximas batalhas.
-O que te leva a crer
que o farei? E como sabes que não vou virar os meus poderes contra ti?
-Mesmo que o faças, eu
tenho mais experiência e um exército de mutantes às minhas ordens.
-Mas porque me queres
a mim? Podias ter qualquer um. Criar qualquer mutante.
-Tu és do meu sangue e
és a minha única filha que partilha o poder do magnetismo comigo, o que faz de
ti a mais poderosa. Não estás consciente das tuas verdadeiras capacidades, e é
isso que pretendo ensinar-te.
-Não me vais contar
sobre os meus outros irmãos? Ou serão meios-irmãos?
-Não precisas de saber
deles – referiu Magneto – um mutante levar-te-á até ao teu quarto. O treino
começa amanhã.
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