Ponto de vista de Natasha
-Ok, o Tony
conseguiu a localização da Bridget, é numa ilha aparentemente deserta no Índico
– declarou Bruce. Estávamos reunidos quatro dias depois da batalha na marina,
no quartel-general da S.H.I.E.L.D.
-Porque é que não a
conseguiu antes? – resmungou Steve.
-A Bridget esteve
sempre em movimento, provavelmente no submarino, mas agora parece ter parado –
informou Tony entrando na sala. Para além dos Vingadores, Fury, Maria Hill e
Loki encontravam-se na sala. Apesar dos protestos de Steve e Fury, Thor
insistira para que Loki fizesse parte do plano.
-O Magneto deve saber de certeza que queremos ir atrás dele para resgatar a Bridget, mas não me parece que desconfie que sabemos a sua localização - alegou Clint - por isso podemos contar com o efeito surpresa.
-Não vai ser fácil e já falharam uma vez. Têm ser rápidos, preciso e metódicos - disse Fury.
-De que nos vai valer trazer a Bridget se o Magneto a pode vir buscar outra vez? - comentou Loki - ela própria disse que não queria passar o resto da vida a fugir. Esta missão não vale de nada se não acabarmos com o Magneto.
-O Loki tem razão - apoiou Thor.
-O problema são os mutantes - fez Steve ver - estivemos demasiado ocupados com ele para nos preocuparmos com Magneto. São muitos e fortes.
-Eu acho que posso ter a solução para isso. Recolhi algumas amostras do poder de Bridget quando fizemos a preparação para a batalha. Acho que consigo ter a ajuda da Ciência para criar uma arma que possa neutralizar os mutantes durante tempo suficiente para resgatar a Bridget e acabar com Magneto - disse Bruce.
-E quanto tempo vai demorar essa arma a fazer? - perguntou Loki.
-Está quase pronta - afirmou Tony - eu e o Bruce tínhamos começado a fazê-la em caso de plano de reserva. Um dia ou dois e está pronta.
Entreolhámo-nos todos. Daquela vez não podíamos falhar.
*
Ponto de vista de Bridget
Os dias seguintes foram muito cansativos. Magneto exigiu o meu máximo, ensinando-me todo o tipo de coisas. Comecei a conseguir mexer objetos com a mente, o que exigia um grande esforço da minha parte. Também aumentei a potência dos meus escudos, ondas e choques eletromagnéticos. Mas eu sabia que ainda não tinha atingido o meu potencial máximo. E então uma ideia começou a formular-se-me na cabeça. Se eu levasse Magneto a pensar que já tinha atingido o meu máximo potencial ele ficaria a pensar que sabia com que estava a contar em relação aos meus poderes. Mas se ele não soubesse que eu tinha poderes para muito mais, talvez houvesse a hipótese de eu o conseguir derrotar, ou pelo menos escapar dali.
Para levar o meu plano avante comecei a mostrar a Magneto que queria mesmo alcançar o máximo dos meus poderes e a fingir esforçar-me ao máximo, o que pareceu agradar a Magneto. Ele pensava mesmo que eu estava finalmente a entregar-me ao mundo dele e a querer ser a melhor. Todo o treino e cansaço faziam-me pensar menos nos Vingadores, e a esperança de eles poderem vir ajudar-me também diminuía.
Havia uma semana que tínhamos chegado à praia, que eu fiquei a saber que era uma ilha, quando numa noite em que eu não conseguia adormecer ouvi um ténue barulho vindo do corredor. Levantei-me e com o coração nas mãos abri a porta. Ia para gritar quando vi quem era mas ele tapou-me a boca com a mão e entrou no quarto, fechando a porta atrás de si.
-Estás bem? - perguntou ele, vários arrepios a percorrer-me a espinha ao ouvir a sua voz novamente e ao estar ali de costas encostadas ao seu peito. Fiz um barulho abafado pois ele ainda estava a tapar-me a boca. Depois largou-a.
-Sim - respondi num sussurro libertando-me dos seus braços e fitando-o de frente - que estás aqui a fazer, Loki?
O seu sorriso sarcástico apareceu-lhe na cara.
-Vim salvar a princesa.
Revirei os olhos.
-Não há tempo para sarcasmos.
-Tenho de concordar comigo. Temos um plano. Heimdall conseguiu transportar-me para aqui sem que ninguém me visse, e vai fazer o mesmo com os outros. Vamos acabar com o Magneto, mas preciso de te levar para um sítio seguro primeiro.
-Não. Quero ficar aqui e lutar. E porque é que vieste tu?
Ele pareceu ficar ofendido.
-Sou o que consegue proteger-te melhor, e os outros sabem isso. Agora vamos.
-Já te disse que não vou. Eu também tenho um plano. O Magneto tem andado a treinar-me - para exemplificar, apontei a mão esquerda para uma mesa e elevei-a vários centímetros no ar - fi-lo pensar que já atingi o meu máximo potencial, mas não lhe mostrei todo o meu poder. Por isso ele não conta com isso. Eu posso ajudar a derrotá-lo. Eu quero.
Loki franziu o sobrolho.
-Tens a certeza? Ele é teu pai.
Cruzei os braços sob o peito.
-Tu podes falar muito.
Loki desviou os olhos. Parecia que cada palavra que eu dizia o magoava mais.
-Esse não é o plano, Bridget. Os outros vão ficar danados comigo se virem que eu te deixei ficar.
-Não me importo. De qualquer forma como é que vocês iam lidar com o Magneto e o exército de mutantes ao mesmo tempo?
-O Banner e o Stark estão encarregues dessa parte. Têm uma arma que consegue neutralizá-los. Eles estão quase a chegar.
Então eu perguntei a coisa mais inapropriada que podia ter perguntado naquele momento.
-Depois disto tudo... vais voltar para Asgard?
Loki sorriu levemente, não um sorriso de troça, apenas um pequeno sorriso.
-Eu tenho de voltar. Ainda tenho vários anos para passar como prisioneiro. E lembra-te que se falharmos em Midgard Odin vai punir-me não só a mim mas também a Thor, tal como ele disse no dia do julgamento em que tu e ele me foram buscar.
-Como é que está Nova Iorque a reagir a uma segunda batalha?
-Mais ou menos. Apesar de tudo, sabem que os Vingadores os salvaram outra vez, mas também sabem que desta vez o vilão não tencionava atingir as pessoas. E também não se conformam com o facto do vilão anterior ter estado a ajudar os Vingadores agora.
-Estás mesmo a tentar redimir-te, Loki?
Os seus olhos verde-azulados fixaram-se nos meus.
-Não vou cometer o mesmo erro duas vezes, Bridget. Tu sabes disso. Agora, se vais mesmo ficar para a batalha, por mais que eu goste de te ver de pijama, veste qualquer coisa mais cómoda. Isto vai começar.
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