Quando cheguei à
sala principal de operações, reencaminharam-me para o gabinete privado de Fury.
Já lá tinha estado uma ou duas vezes, mas nunca me sentira tão nervosa. Bati à
porta e a voz de Fury autorizou-me a entrar.
O gabinete de Fury
era simples, com mobília de madeira e pouca decoração. Fury encontrava-se
sentado na sua cadeira preta de escritório e Thor numa cadeira de madeira que
mal dava para se sentar.
-Chamou, diretor? –
perguntei, fechando a porta atrás de mim. Senti-me como uma menina prestes a
ser repreendida pelo diretor da escola.
-Sim, agente
Robinson. Sente-se – pediu ele. Sentei-me ao lado de Thor, parecendo uma boneca
pequena comparada com o tamanho do Deus asgardiano. Este esboçou-me um pequeno
sorriso, que eu retribuí.
-O julgamento de
Loki já foi marcado – disse Fury e senti um aperto no estômago, vindo de sei lá
de onde. Fiz por permanecer serena, mas por dentro o meu nervosismo acabara de
aumentar – decorrerá em Asgard daqui a duas semanas, onde ele será julgado
pelos crimes que cometeu aqui na Terra.
-Pensava que ele já
estava condenado a passar o resto da vida na prisão…? – questionei, confusa.
-A minha mãe deseja
que o Loki seja julgado de forma justa pelos asgardianos – afirmou Thor – e quer
que Loki fique lá.
-Ok, mas o que é que
eu tenho a ver com o assunto? – interpelei, sem querer ser indelicada.
-Pedi ao Thor para
escolher uma pessoa para o acompanhar a ele e ao Loki na sua ida a Asgard e ele
escolheu-te a ti – informou Fury. Fiquei espantada. Eu conhecia Thor há tão
pouco tempo! Como é que ele me podia ter escolhido a mim? Olhei para Thor, à
espera de uma explicação.
-Pareces a pessoa
indicada para colocar o Loki nos eixos se algo correr mal – afirmou ele – e se
te estás a perguntar acerca dos Vingadores, prefiro que fiquem aqui caso
aconteça algo mau neste planeta. Antes de te conhecer ponderei em levar um
guarda armado, mas tu pareces ser a pessoa certa.
Engoli em seco. Por
um lado, era lisonjeador que Thor me tivesses escolhido, mas por outro lado não
estava certa se queria ir a Asgard assistir ao julgamento de Loki. Seria por me
sentir intimidada pelo estatuto de Deuses e pela diferença de culturas entre a
Terra e Asgard? Afinal, era outro planeta! Ou seria por temer o que aconteceria a Loki depois do
julgamento? Não, claro que não! Definitivamente, a primeira razão era a única
possível.
-Então, agente Robinson,
vai aceitar? – interrogou Fury, inspecionando-me com o seu único olho visível. Engoli
em seco. Por mais que detestasse Loki, esta era uma excelente oportunidade para
me tornar mais amiga de Thor. Ele confiara em mim e cabia-me a mim mostrar que
era digna dessa confiança.
-Sim – declarei – eu
aceito.
-Eu sabia que ias! –
exclamou Thor, dando uma palmada nas costas da minha cadeira que me ia deitando
ao chão – desculpa.
-Não faz mal.
-Vá preparando as
suas coisas, agente Robinson – avisou Fury - partem amanhã.
O meu queixo caiu,
literalmente. Amanhã? Mas isso era, bem… isso era amanhã! Era demasiado cedo!
Mas não consegui replicar ao ver o sorriso de entusiasmo estampado na cara de Thor.
Mas não consegui replicar ao ver o sorriso de entusiasmo estampado na cara de Thor.
*
No dia seguinte,
levei a minha mala até ao aeroporto, esperando pela chegada de Thor e de outros
polícias armados que iam buscar Loki à sua cela. Steve, Tony, Bruce, Natasha e
Clint foram ter comigo.
-Não deixes o Loki
chatear-te muito – disse Steve.
-Qual quê,
diverte-te, miúda! – exclamou Tony – vais estar num planeta novo, ninguém te vai
poder dizer o que podes ou não podes fazer…
-Não é bem assim,
Tony – advertiu Bruce.
-Boa sorte – interrompeu Natasha e Clint acenou levemente com a cabeça.
-Boa sorte – interrompeu Natasha e Clint acenou levemente com a cabeça.
-Obrigada - agradeci. Conhecia os Vingadores já há um mês e todos eles pareciam boas pessoas. Steve era sério, responsável, generoso e leal, e o líder dos Vingadores, sempre pronto a servir o seu país. Tony era charmoso, mulherengo, engraçado e sarcástico, e o extrovertido do grupo. Thor era corajoso, leal, bondoso, e desejoso de atenção. Bruce era sério, calado, misterioso e inteligente, sendo o cientista do grupo. Natasha era misteriosa, e distante ao início, mas simpática e divertida no fundo. Clint era forte, reservado, impulsivo e prudente.
Thor e Loki chegaram, com alguns guardas à volta. Loki devia ter um qualquer dispositivo que permitia à S.H.I.E.L.D ver onde se encontrava e pensei se ir só eu e Thor com ele não seria má ideia. Quer dizer, ele era
o Deus do Prejuízo e das Mentiras! Quem sabe o que ele podia fazer?
O meu posto de trabalho é Bifrost, uma ponte que liga Asgard a Midgard.
Vi-os a virem ter comigo, Loki no meio, Thor de um lado e a terceira pessoa misteriosa do outro. Era uma mulher, loura e de olhos verdes, mas mais nada sabia acerca dela. Thor sorriu ao ver-me, abraçando-me, sem se preocupar com a minha armadura.
Loki cruzou o olhar
comigo e o seu sorriso presunçoso cruzou-lhe o rosto. Olhei-o maldosamente, mas
acho que isso apenas contribuiu mais para o seu sorriso aumentar.
-Vamos – trovejou Thor,
agarrando Loki por um braço. Como não percebia muito de Ciências, apenas sabia
que Bruce e Tony conseguiram criar um portal interdimensional que nos levaria
ao planeta de origem de Thor, Asgard. Coloquei-me do outro lado de Loki e
senti-me sugada por um vórtice imenso.
*
Ponto de vista de Heimdall (Deus dos Portais)
Senti de imediato a presença de três seres fortes, dois bastante conhecidos. Sabia que eram Thor e Loki, príncipes de Asgard, mas não conhecia a terceira pessoa que vinha com eles. Como Deus dos Portais e Guardião dos Mundos, consigo sentir a presença de quem quer que chegue a Asgard e vigiar qualquer pessoa que me peçam. Claro que estava encarregue de vigiar Loki, e conseguia sentir uma forte mas subtil ligação entre ele e a terceira pessoa.
O meu reino era Asgard, um planeta pertencente aos Nove Reinos, dos quais também Midgard (ou Terra) fazia parte.
Senti de imediato a presença de três seres fortes, dois bastante conhecidos. Sabia que eram Thor e Loki, príncipes de Asgard, mas não conhecia a terceira pessoa que vinha com eles. Como Deus dos Portais e Guardião dos Mundos, consigo sentir a presença de quem quer que chegue a Asgard e vigiar qualquer pessoa que me peçam. Claro que estava encarregue de vigiar Loki, e conseguia sentir uma forte mas subtil ligação entre ele e a terceira pessoa.
O meu reino era Asgard, um planeta pertencente aos Nove Reinos, dos quais também Midgard (ou Terra) fazia parte.
Asgard |
O meu posto de trabalho é Bifrost, uma ponte que liga Asgard a Midgard.
Bifrost |
Vi-os a virem ter comigo, Loki no meio, Thor de um lado e a terceira pessoa misteriosa do outro. Era uma mulher, loura e de olhos verdes, mas mais nada sabia acerca dela. Thor sorriu ao ver-me, abraçando-me, sem se preocupar com a minha armadura.
-Heimdall! - disse ele.
-É bom tê-lo de volta, Thor - cumprimentei.
-É bom estar de volta a casa, mas trata-me por tu, Heimdall - pediu Thor. Depois olhou para Loki, como que à espera de uma manifestação da parte dele. Loki limitou-se a olhar-me.
-Esta é a Bridget - interrompeu Thor - escolhi-a para vir comigo porque consegue lidar com Loki.
Loki fez uma expressão de troça e Thor olhou-o severamente. Bridget parecia bastante intimidada com a minha presença, por isso perguntei-me de que forma conseguiria ela lidar com Loki.
-Prazer em
conhecê-lo – afirmou ela, fazendo uma pequena vénia.
-O prazer é todo meu
– respondi, olhando-a enigmaticamente.
-Temos de ir para o
palácio agora – disse Thor – vejo-te por aí, Heimdall.
-Não duvides –
respondi, mirando-os uma última vez. Depois, desapareci para observar os mundos.
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