O helicóptero
aterrou e de imediato dezenas de oficiais armados correram para ele, vigiando
Loki enquanto ele descia a rampa rodeado de polícias. Observei tudo da sala de
comandos e operações, mas todos os Vingadores quiseram ir lá fora. Esperei
pacientemente que eles entrassem nas instalações da S.H.I.E.L.D e observei
através das câmaras os oficiais a prenderem Loki.
-Está na altura de
começar, agente Robinson – disse-me Maria Hill, uma agente da S.H.I.E.L.D com quem eu já trabalhara algumas vezes – precisa que alguém lhe indique
o caminho para a cela?
-Não, sei qual é –
encolhi os ombros e suspirei. Depois dei uma última olhadela à sala de operações
principal, respirei fundo e encaminhei-me pela porta. Antes de sair, ainda ouvi
Maria dizer:
-Boa sorte, Bridget.
-Vou precisar –
respondi, abrindo a porta e caminhando até ao subterrâneo, onde se encontrava a
cela de Loki. Dois polícias armados encostavam-se à parede, um de cada lado, e
levantaram a cabeça em jeito de aceno quando me viram entrar. Observei a cela.
Parecia forte e resistente. Loki estava lá dentro, na cela vazia e bem
iluminada.
-Ficas bem? –
perguntou-me um dos guardas. Assenti com a cabeça, nervosa.
-Se precisares de
alguma coisa, apenas clica no botão de emergência – disse o outro. Olharam para
Loki com desprezo e depois saíram pelas portas pesadas, deixando-me sozinha com
Loki. Sabia que havia câmaras de segurança a vigiar-nos e quando pensei que
Loki ia simplesmente ficar especado no meio da cela, sem dizer nada, ele falou.
-Então esta é que é
a tão falada guarda que me vem vigiar? – indagou, com escárnio na voz –
confesso que esperava melhor. Sem armas, nem uniforme, nem nada…
Não sabia se devia
responder ou não, mas como ele não parecia pessoa de desistir à primeira,
falei.
-Agradeço que fiques
calado para não tornar este trabalho ainda mais aborrecido, Loki – afirmei.
-Como te atreves a
falar-me dessa forma, a mim, a um rei, a um Deus?
-Sim, Deus do
Prejuízo – esquadrinhei.
-E porque raio te facilitaria
eu a vida, sua simples e covarde mortal? – acusou ele, a voz cheia de desdém.
-Para que eu
facilite a tua também – a minha voz tornou-se mais forte e segura à medida que
as suas palavras me faziam ver que Fury tinha razão. Era quase como se os
insultos me tornassem mais forte, me fizessem ser mais corajosa – porque não me
importa o que possas pensar ou deixar de pensar acerca de mim, Loki, posso
tornar a tua vida num inferno sem qualquer problema. E não preciso do
consentimento de ninguém, não do Fury… não do Thor.
Na menção de Thor a
sua expressão alterou-se, passando de desdenhosa e mesquinha a furiosa.
-Não voltes a
mencionar esse nome. Nunca. Mais.
-Porquê, tens medo
dele? – cruzei os braços sob o peito e encarei-o desafiadoramente.
-Oh, mortal, há
muita coisa que tu não sabes e aviso-te a teres cuidado. Posso estar selado, preso,
encarcerado, mas não me tiraram os meus poderes. Posso brincar com a tua mente,
criar ilusões…
-Agradeço-te por me
desabafares o que podes fazer. Agora quando o fizeres, eu saberei.
Ele riu-se histericamente
como um louco. O som era impossível de se aturar, como o som de uma sirene de
unhas a arranhar esferovite… aquilo daria comigo em doida em pouco tempo.
Também sabia que não era o seu riso normal, que era apenas uma ilusão para me
fazer ir embora ou libertá-lo.
Então fiz a única
coisa que sabia poder fazer. Olhei para Loki maldosamente, que continuava a
emitir aquele barulho ensurdecedor.
Uma onda invisível
propagou-se pela cela dele, atirando-o contra a parede de vidro do outro lado e
o silêncio instalou-se.
*
Ponto de vista de
Fury
-Que raio foi aquilo?
– inquiriu Thor, inclinando-se para ver melhor as câmaras da sala de vigilância
onde eu e os Vingadores nos encontrávamos.
-Uma onda eletromagnética
de propulsões razoavelmente médias – declarou Bruce.
-De quem? – inquiriu
Steve.
-Dela – afirmei, um
sorriso a bailar-me os lábios. Qualquer guarda humano normal teria dado em
doido com aquele barulho. Nós tivéramos de desligar o som para não
endoidecermos, quanto mais Bridget, que estava mesmo ao lado de Loki. Fora por isso
que a escolhera, porque eu sabia que ela agiria exatamente como agiu.
-O quê? – inquiriu
Clint.
-Sim, temos mantido
os seus poderes em segredo – confirmei – mas a agente Robinson consegue controlar
o magnetismo e criar ondas, choques e escudos eletromagnéticos.
-Então porque raio é
que trabalha secretamente? Podia ser uma super heroína! – exclamou Tony.
-Talvez ela não
queira – notou Steve – nem todos têm de ser espalhafatosos como tu, Stark.
Talvez ela seja só um soldado.
-Ou talvez ela não
seja poderosa o suficiente – alvitrou Natasha.
-Se ela não fosse não tinha atirado assim com o meu irmão – respondeu Thor – está bem que ele está preso, mas já vimos que continua a controlar os seus poderes tão bem como antes. Ela é poderosa.
-Se ela não fosse não tinha atirado assim com o meu irmão – respondeu Thor – está bem que ele está preso, mas já vimos que continua a controlar os seus poderes tão bem como antes. Ela é poderosa.
*
Ponto de vista de Bridget
Loki caiu com estrondo no chão da cela, interrompendo o súbito silêncio. Levantou-se a custo, mas recompôs-se e olhou-me com fúria.
-Como te atreves, sua estúpida mortal? - questionou.
-Ó paras de ofender os outros ou o teu rabo vai voltar a tocar no chão dessa cela - afirmei calmamente. Ele revirou os olhos.
-Não estou a ofender os outros. Estou a ofender-te a ti.
-Como queiras. Mas não é o que costumas fazer? - inquiri - não costumas ofender os outros só para te sentires melhor contigo mesmo?
-Afinal és uma guarda ou uma psicológica?
-Sou o que precisar de ser - argumentei. Ele olhou-me com desprezo. O telemóvel que tinha no bolso tocou. Era um número desconhecido. Atendi.
-Ei, Bridget, é a Natasha. Só para avisar que podes fazer uma pausa para almoço. Uns guardas devem estar aí a chegar para te substituir dentro de 3, 2, 1...
Nesse momento entraram dois guardas armados e Natasha desligou a chamada.
-E agora o que fazemos nós se Loki começar a gritar como gritou? - perguntou um dos guardas, mais para si próprio que para os outros.
-Ignora-o - encolhi os ombros - ele só o fez porque o provoquei.
-Tu não me provocaste, sua... - ia ele a dizer, mas fechei as portas com força antes de ouvir o que ele tinha para dizer, encaminhando-me para o bar da S.H.I.E.L.D.
-Ei, Bridget, é a Natasha. Só para avisar que podes fazer uma pausa para almoço. Uns guardas devem estar aí a chegar para te substituir dentro de 3, 2, 1...
Nesse momento entraram dois guardas armados e Natasha desligou a chamada.
-E agora o que fazemos nós se Loki começar a gritar como gritou? - perguntou um dos guardas, mais para si próprio que para os outros.
-Ignora-o - encolhi os ombros - ele só o fez porque o provoquei.
-Tu não me provocaste, sua... - ia ele a dizer, mas fechei as portas com força antes de ouvir o que ele tinha para dizer, encaminhando-me para o bar da S.H.I.E.L.D.
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